Concessionárias alegaram que onda de temporais foi causa de interrupção do serviço no verão 406vz
Se o inverno gaúcho for rigoroso e registrar temperaturas extremas, o
Rio Grande do Sul pode enfrentar um apagão nos próximos meses. A
estimativa é do conselheiro-presidente da Agência Estadual de Regulação
dos Serviços Públicos Delegados do RS (Agergs), Carlos Martins, que
participou de audiência pública na Comissão de Assuntos Municipais da
Assembleia Legislativa nesta terça-feira.
Os fortes temporais
que atingiram o Rio Grande do Sul nos últimos dois meses foram apontados
pelas concessionárias de energia elétrica CEEE, AES Sul e RGE como
principal causa da interrupção no fornecimento de luz. Como os problemas
de abastecimento elétrico mais constantes, em especial no início deste
ano, o plenarinho da Assembleia ficou pequeno para as dezenas de pessoas
que acompanharam o debate, em especial prefeitos, que foram levar às
suas preocupações com as perdas aos deputados.
Segundo o
diretor-geral da AES Sul, Antonio Carlos de Oliveira, a área de
concessão da empresa foi afetada seriamente por 11 temporais no período
de 14 dias. Ele justificou que nestas situações a rede por ser área é
mais atingida. Isso fez com que fosse necessário substituir 1.005 postes
e prejudicasse mais de 110 mil clientes. “Trabalhamos em condições
totalmente adversas e chamamos profissionais de São Paulo para auxiliar.
Atuamos forte para minimizar o impacto desses temporais”, afirmou o
diretor. Ele lembrou que a concessionária não tem problema de
capacidade. “Não estamos preocupados com a demanda porque não temos
problemas de carga”, garantiu. O diretor citou investimentos feitos pela
empresa, que entre 2010 e 2013 chegaram a R$ 1,1 bilhão e que estão
estimados em R$ 1,2 bilhão, entre 2014 a 2018.
O diretor de
operações da RGE, Marco Antonio Villela, também destacou os problemas
provocados pelas tempestades severas e recorrentes. Ele alegou que a
área de concessão tem uma característica particular, que é a dificuldade
de o. "Essas características fazem com que o atendimento nem
sempre consiga ser o ideal", justificou. O diretor também destacou os
investimentos feitos pela empresa. Nos últimos cinco anos, a RGE tem
aplicado uma média de R$ 250 milhões por ano.
Representando a
CEEE, o diretor Guilherme Barbosa, falou do impacto na qualidade do
serviço provocada pela sequência de vendavais, em especial na região Sul
do Estado. “Estávamos nos recuperando de um vendaval e já vinha logo em
seguida”, explicou. O diretor também ressaltou o crescimento no consumo
de energia, em especial pelas altas temperaturas há cerca de duas
semanas. “Foi um verão incomum. Registramos picos históricos”,
sentenciou. Ele também destacou os investimentos previstos pela
companhia, em especial as novas quatro subestações em Porto Alegre.
“O
que mais preocupa é que todos perdemos com a falta de energia. São
grandes as perdas econômicas e de qualidade de vida da população”,
explicou o deputado José Sperotto, proponente da audiência no início do
encontro. Acompanhando a argumentação, o deputado João Fischer, que
também propôs o mesmo debate na Comissão de Serviços Públicos, a
urgência se dá porque não é mais possível aceitar a prestação de serviço
feita pelas concessionárias. “O problema está se agravando a cada dia
mais e não há uma explicação efetiva”, enfatizou.
Fonte: Mauren Xavier / Correio do Povo
Postado por:Elisete Bohrer
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