Medicamento foi testado, com sucesso, em camundongos e em quatro macacos rhesus 2c3s12
A vacina desenvolvida pela Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (USP) contra o HIV, o vírus
causador da aids, deverá começar a ser testada em humanos em três anos. A
informação é do pesquisador que coordena o projeto da vacina, Edecio
Cunha Neto.
“(Um novo) estudo com os macacos deve acontecer
dentro de uns cinco meses. É o tempo para a gente desembaraçar uma área
de maior segurança. Esse estudo vai demorar de 20 meses a 24 meses. A
partir desse momento, nós já poderemos fazer estudos em humanos. Isso
significa que o estudo em humanos vai ser em uns três anos”, disse. De
acordo com o coordenador, o estudo em humanos servirá para avaliar se a
vacina é capaz de apresentar uma resposta imune eficaz e se é segura.
A
vacina, desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan, já foi
testada, com sucesso, em camundongos e em quatro macacos rhesus. O
resultado obtido com os primatas surpreendeu os pesquisadores. “Fizemos
esse teste piloto com um pequeno número de animais, com metodologia de
vacinação que a gente imaginava que iria dar (certo) ou uma intensidade
de resposta semelhante ou até menor do que a gente viu em camundongos. E
a nossa surpresa foi que a resposta foi muito maior”, destacou Edecio.
Dos
quatro macacos testados, o que obteve pior resultado apresentou
resposta quatro a cinco vezes maior do que a dos camundongos. O que
respondeu melhor teve uma intensidade de resposta dez vezes maior. “Isso
foi algo inesperado para nós, e foi alvissareiro (promissor). Foi
alguma coisa que nos estimulou a continuar trabalhando com o material.”
Segundo
Edecio Cunha Neto, o diferencial da vacina, em relação a outras em
análise, é que ela tem como alvo partes do vírus que não se alteram na
transmissão entre indivíduos. Segundo o pesquisador, um dos grandes
problemas de se fazer uma vacina contra o HIV é que o vírus tem uma
variação muito grande: seu genoma pode variar até 20% entre dois
pacientes.
“A maior parte das vacinas experimentais hoje, em
teste contra HIV, tanto em nível experimental, quanto em nível de teste
em humanos, usa as proteínas inteiras do HIV como alvo. Nós não. Nós
fizemos uma espécie de desvio para forçar que a resposta imune seja
feita com determinadas regiões (que têm característica de não variar).
Temos um pacote que são 18 fragmentos do HIV, que têm essas capacidades
(de não variar)”, explicou.
Na próxima fase de teste, com
macacos, deverão ser usados 28 animais. Para injetar os genes dos
fragmentos do HIV, nos primatas serão usados vírus atenuados, como os
das campanhas de vacinação. Dessa forma, espera-se que os macacos
desenvolvam uma reação imunológica contra os fragmentos – que não variam
– do HIV.
Fonte: Agência Brasil
Postado por:Elisete Bohrer
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